PREVENÇÃO E MANEJO DA LESÃO POR PRESSÃO: Recomendações complementares para o cuidado com pacientes com maior vulnerabilidade para lesão por pressão

Recomendações complementares para o cuidado com pacientes com maior vulnerabilidade para lesão por pressão

Pacientes em sala de cirurgia

As recomendações apresentadas nesta página são complementares às recomendações gerais para prevenção e manejo da lesão por pressão.


Durante a cirurgia, os doentes estão imobilizados, posicionados sobre uma superfície relativamente dura, incapazes de sentir a dor causada pela pressão e as forças de cisalhamento e de mudar de posição para aliviar a pressão. A duração da imobilidade geralmente é maior do que o tempo de cirurgia, pois se estende até o período da recuperação pós-anestésica. Muitas vezes, as lesões que são identificadas durante o período pós-operatório, frequentemente se iniciaram durante a cirurgia (CARNEIRO; LEITE, 2011) e, em algumas ocasiões, as LPs são confundidas com queimaduras (URSI; GALVÃO, 2006).

Alguns fatores de risco são específicos para pacientes submetidos à cirurgia e podem contribuir para o desenvolvimento da LP, incluindo:

  • Período de tempo de imobilização antes da cirurgia;
  • Duração da cirurgia;
  • Aumento dos episódios de hipotensão durante a cirurgia;
  • Baixa temperatura corporal durante a cirurgia; e
  • Mobilidade reduzida no primeiro dia do pós-operatório.

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Estudo nacional com enfoque nos cuidados de enfermagem durante o posicionamento do paciente na mesa de cirurgia identificou as melhores evidências sobre a temática e nortearam a criação da Escala de Avaliação de Risco para o Desenvolvimento de Lesões Decorrentes do Posicionamento Cirúrgico do Paciente (ELPO). A ELPO contém sete (7) itens: tipo de posição cirúrgica, tempo de cirurgia, tipo de anestesia, superfície de suporte, posição dos membros, comorbidades e idade do paciente, sendo que cada um desses tópicos apresentam cinco (5) subitens, com escore de 1 a 5, com a finalidade de mensurar menor e maior risco (LOPES et al., 2016).

Durante a cirurgia deve-se utilizar uma superfície de suporte reativa na mesa cirúrgica em todos os indivíduos identificados como em risco para desenvolver LP. Outras superfícies de suporte adicionais devem ser utilizadas na posição em pronação, visando à proteção da face e o corpo de pontos de pressão. Destaca-se a importância de evitar posicionar o paciente diretamente sobre um dispositivo médico e manter os calcâneos protegidos do excesso de pressão. A posição do paciente e as áreas anatômicas sob crescente pressão durante o procedimento cirúrgico devem ser documentadas em prontuário.

Tanto no período pré como no pós-operatório, deve-se utilizar superfície de suporte para redistribuição da pressão para os pacientes em risco de LP e, portanto, posicionar o paciente em uma posição diferente daquela adotada durante a cirurgia.

Chegamos ao fim dos Pacientes em sala de cirurgia!

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O projeto RECURSO EDUCACIONAL SOBRE PREVENÇÃO E MANEJO DA LESÃO POR PRESSÃO, desenvolvido em 2018, compõe parte da tese de doutorado do Enfermeiro Rodrigo Magri Bernardes.
Revisão e publicação: fevereiro/2020.