PREVENÇÃO E MANEJO DA LESÃO POR PRESSÃO: Recomendações complementares para o cuidado com pacientes com maior vulnerabilidade para lesão por pressão

Recomendações complementares para o cuidado com pacientes com maior vulnerabilidade para lesão por pressão

Idosos

As recomendações apresentadas nesta página são complementares às recomendações gerais para prevenção e manejo da lesão por pressão.


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O acúmulo de vários outros fatores, além da idade do paciente – queda dos estados geral e mental, deficiência na percepção sensorial, aumento da umidade da pele por incontinência, declínio do estado nutricional e limitação de mobilidade – colocam os idosos em risco elevado para LP.

Durante a avaliação geral do idoso, é importante considerar o seu estado cognitivo para o desenvolvimento adequado de um plano de prevenção e/ou tratamento da LP, assim como para selecionar um instrumento adequado para mensurar a dor.

Os idosos também têm maior risco para outras lesões de pele como dermatite associada à incontinência (DAI) e lesões por fricção (skin tears). Dessa forma, a diferenciação entre essas lesões e a LP precisa ser feita já que as abordagens para prevenção e tratamento também são diferentes. Um grupo de trabalho do European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP) desenvolveu uma ferramenta educativa (BEECKMAN, 2014) para capacitar os profissionais de saúde quanto à classificação das LPs e à sua diferenciação da DAI.

As metas do tratamento devem ser estabelecidas em colaboração com o paciente e os familiares e devem refletir os valores e objetivos do cuidado, especialmente em questões relacionadas à fase final da vida.

Com o avanço da idade, ocorre a deterioração da estrutura e da capacidade funcional da pele. A progressiva perda da integridade da pele ocorre como resultado de fatores intrínsecos (por exemplo, perda da espessura da pele, achatamento da junção derme-epiderme, diminuição da substituição celular e da produção de colágeno) e extrínsecos (por exemplo, exposição prolongada a fatores ambientais). Nesse sentido, paciente e familiares devem ser educados sobre essas alterações da pele e sobre a sua proteção em relação ao envelhecimento e às lesões cutâneas associadas a fatores externos.

A pele fragilizada dos idosos deve ser protegida das lesões associadas à pressão e ao cisalhamento, com atenção especial durante a movimentação, a transferência e o reposicionamento e durante o uso de dispositivos auxiliares para a locomoção.

Os idosos cuja capacidade funcional está alterada e são dependentes para a mobilização precisam de reposicionamento frequente mesmo quando utilizam superfícies de suporte que redistribuam a pressão.

Complementarmente, a proteção contra o excesso de umidade deve ser feita com o uso de produtos que atuam como barreiras. Pacientes com incontinência urinária ou fecal podem ser beneficiados com um plano de cuidados para o seu manejo. Os danos na pele associados ao excesso de umidade e à irritação química diminuem a tolerância da pele às lesões associadas ao excesso prolongado de pressão e cisalhamento.

Finalmente, a prevenção da LP em idosos, com pele vulnerável inclui utilizar curativos/coberturas que não causam trauma. A retirada, se não realizada adequadamente, pode causar lesão relacionada ao uso de dispositivo médico (PERES; STRAZZIERI-PULIDO, 2012).

Chegamos ao fim dos Idosos!

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O projeto RECURSO EDUCACIONAL SOBRE PREVENÇÃO E MANEJO DA LESÃO POR PRESSÃO, desenvolvido em 2018, compõe parte da tese de doutorado do Enfermeiro Rodrigo Magri Bernardes.
Revisão e publicação: fevereiro/2020.