AVALIAÇÃO DA DOR

As lesões por pressão são dolorosas e a dor pode ocorrer tanto durante o repouso quanto durante procedimentos com o paciente. A dor pode ser constante e grave e ser o sintoma mais angustiante do paciente.

A dor relacionada à LP pode ser aguda, crónica ou neuropática e ser causada por:

• Pressão, fricção e/ou cisalhamento;
• Dano nas terminações nervosas;
• Inflamação;
• Infecção;
• Procedimentos/tratamentos;
• Escoriação da pele devido a incontinência e espasmo muscular.

A dor é considerada o quinto sinal vital.

Deve incluir quatro elementos:

• Histórico detalhado incluindo a natureza, intensidade e duração relacionados à LP;
• Exame físico completo;
• Avaliação psicossocial;
• Avaliação diagnóstica adequada para determinar o tipo de dor e sua causa.

A avaliação da presença, qualidade e quantidade de dor sentida pelo paciente com LP deve ser feita para determinar a sua gravidade e determinar o plano de cuidados para o seu manejo. A dor relacionada com a LP em adultos deve ser avaliada por meio de escala válida, fidedigna e adequada à capacidade cognitiva do paciente (BOTTEGA; FONTANA, 2010; FORTUNATO et al., 2013; GÜNES, 2008).

Concomitantemente ao uso de escalas para avaliar a dor relacionada à LP, deve-se observar a linguagem corporal do indivíduo e os sinais verbais e não-verbais na avaliação da dor. Os fatores que aumentam a frequência e/ou intensidade da dor devem ser identificados para adequar o plano de cuidados com medidas que possam minimizar a dor e melhorar a qualidade de vida do paciente.

O aumento da intensidade da dor ao longo do tempo pode ser indicativo de piora da LP ou presença de infecção.

PREVENÇÃO DA DOR

Os pacientes podem sentir dor durante o reposicionamento ou transferências do leito para a cadeira e vice-versa. Utilizar um elevador ou lençol móvel para transferir o paciente e minimizar a fricção e/ou o cisalhamento ao reposicioná-lo, bem como manter a roupa de cama macia e sem rugas podem auxiliar no conforto e diminuir a pressão. Também deve-se evitar posições que aumentem a pressão, tais como a posição de Fowler acima de 30º ou decúbito lateral em 90º ou a posição dorsal semi-reclinada.

CONTROLE, REDUÇÃO E TRATAMENTO DA DOR

Deve-se oferecer (e orientar o paciente para solicitar) um período de descanso durante qualquer procedimento que cause dor (time out). É importante permitir ao paciente uma participação ativa em seu cuidado, preguntar sobre suas experiencias relacionadas à dor, explicar cada procedimento e responder às suas perguntas.

A dor causada pela LP pode ser minimizada, mantendo o leito da ferida úmido com um curativo/cobertura não-aderente, evitando traumas durante a remoção.

Ao escolher o tipo de curativo/cobertura, deve-se selecionar os que possam ser substituídos com menor frequência e que auxiliam no manejo da dor (por exemplo, hidrocolóides, hidrogéis, alginatos, espumas de membranas poliméricas e espuma com silicone macio).

Estratégias não-farmacológicas de tratamento ou redução da dor como música, relaxamento, mudança de posição, meditação, imagem guiada, toque terapêutico, aplicação de calor e terapia por eletroestimulação podem ser utilizadas e conjunto com os medicamentos.

Pacientes com dor, normalmente, não querem se mover, porém pequenos reposicionamentos após a administração de analgésicos podem ajudar na diminuição da pressão.

Em pacientes com dor crônica, medicamentos para redução da dor devem ser administrados regularmente, em doses apropriadas, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde da escada analgésica (BRASIL, 2012).

Pacientes com dor crônica relacionada à LP devem ser encaminhados para unidades clínicas de tratamento da dor. O trabalho em equipe multidisciplinar de saúde pode auxiliar no desenvolvimento de um plano holístico de tratamento que inclua a participação do próprio paciente e cuidadores.

Os pacientes, cuidadores e os profissionais de saúde devem ser educados sobre as causas, a avaliação e o manejo da dor relacionada à LP.