A redução de pressão e cisalhamento nos calcâneos representa um importante ponto de interesse na prática clínica. A proeminência posterior dos calcâneos sustenta uma pressão intensa, mesmo quando é utilizada uma superfície de suporte para a redistribuição da pressão. Sendo assim, a pele dos calcâneos deve ser inspecionada regularmente em busca de lesões.

Nesse contexto, é importante cuidar para que os calcâneos não estejam em contato com a superfície da cama. O ideal é que essa parte do corpo não esteja sujeita a qualquer pressão – situação chamada de “calcâneos flutuantes”. Essa medida é adotada para prevenção e também para tratamento, caso a LP já exista (Figura 11).

A pressão pode ser aliviada elevando a parte inferior da perna e panturrilha com um travesseiro ou um dispositivo de suspensão que deixe o calcâneo sem contato com a superfície do colchão. Nessa situação, a pressão se distribuirá nas pernas e os calcâneos não estarão mais sujeitos à pressão (Figuras 9 e 10).

Os travesseiros ou os dispositivos para elevar os calcâneos devem ser utilizados ao longo da parte posterior da perna para evitar zonas de elevada pressão, em especial sob o tendão de Aquiles. Para tanto, deve-se flexionar ligeiramente o joelho (5° a 10°) para evitar a compressão da veia poplítea e o aumento do risco de trombose venosa profunda (TVP).

Os dispositivos de elevação dos calcâneos são preferíveis para utilização a longo prazo ou para pacientes que, geralmente, não mantêm as pernas em cima dos travesseiros. No entanto, precisam ser removidos periodicamente para avaliar a integridade da pele no local.

Figura 9: Elevação do calcâneo utilizando travesseiro

Fonte: CALIRI, 2018.

Figura 10: Prevalon Bota Protetora

Fonte: POLITEC SAÚDE, 2018 (com autorização da empresa Politec Saúde®).

Figura 11: Lesão por Pressão Não Classificável na região do calcâneo

Fonte: Acervo pessoal.