PREVENÇÃO E MANEJO DA LESÃO POR PRESSÃO: SEGURANÇA DO PACIENTE

SEGURANÇA DO PACIENTE NA PREVENÇÃO E MANEJO DA LESÃO POR PRESSÃO


As lesões por pressão são categorizadas para indicar a extensão do dano nos tecidos. Ilustrações dos estágios das lesões por pressão estão disponíveis no site do NPUAP e podem ser utilizadas sem custos, com finalidade educacional. Entretanto é obrigatório citar a fonte (Copyright National Pressure Ulcer Advisory Panel - NPUAP®) (NPUAP, 2018).

Em 2016, o NPUAP publicou um consenso sobre a nova terminologia e nomenclatura da classificação da LP em estágios adaptada culturalmente para o português (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTOMATERAPIA; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM EM DERMATOLOGIA, 2016). Esse consenso substituiu aquele apresentado na guideline de 2014 (NPUAP; EPUAP; PPPIA, 2014b).


Lesão por Pressão Estágio 1: Pele íntegra com eritema que não embranquece.


Pele íntegra com área localizada de eritema que não embranquece e que pode parecer diferente em pele de cor escura (Figuras 12, 13 e 14).

Presença de eritema que embranquece ou mudanças na sensibilidade, temperatura ou consistência (endurecimento) podem preceder as mudanças visuais. Mudanças na cor não incluem descoloração púrpura ou castanha; essas podem indicar dano tissular profundo.

Figura 12: Lesão por Pressão Estágio 1

Responsive image

Fonte: Copyright National Pressure Ulcer Advisory Panel - NPUAP®


Figura 13:Lesão por Pressão Estágio 1

Responsive image

Fonte: Acervo pessoal.



Figura 14: Lesão por Pressão Estágio 1

Responsive image

Fonte: Acervo pessoal.



Lesão por Pressão Estágio 2: Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da derme.


Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da derme. O leito da ferida é viável, de coloração rosa ou vermelha, úmido e pode também apresentar-se como uma bolha intacta (preenchida com exsudato seroso) ou rompida. O tecido adiposo e tecidos profundos não são visíveis. Tecido de granulação, esfacelo e escara não estão presentes (Figuras 15, 16 e 17).

Essas lesões geralmente resultam de microclima inadequado e cisalhamento da pele na região da pélvis e no calcâneo. Esse estágio não deve ser usado para descrever as lesões de pele associadas à umidade, incluindo a dermatite associada à incontinência (DAI), a dermatite intertriginosa, a lesão de pele associada a adesivos médicos ou as feridas traumáticas (lesões por fricção, queimaduras, abrasões).

Figura 15: Lesão por Pressão Estágio 2

Responsive image

Fonte: Copyright National Pressure Ulcer Advisory Panel - NPUAP®


Figura 16: Lesão por Pressão Estágio 2

Responsive image

Fonte: Acervo pessoal.


Figura 17: Lesão por Pressão Estágio 2

Responsive image

Fonte: Acervo pessoal.



Lesão por Pressão Estágio 3: Perda da pele em sua espessura total.


Perda da pele em sua espessura total na qual a gordura é visível e, frequentemente, tecido de granulação e epíbole (lesão com bordas enroladas) estão presentes. Esfacelo e /ou escara pode estar visível. A profundidade do dano tissular varia conforme a localização anatômica; áreas com adiposidade significativa podem desenvolver lesões profundas. Podem ocorrer descolamento e túneis. Não há exposição de fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem e/ou osso (Figuras 18, 19, 20 e 21).

Quando o esfacelo ou escara prejudica a identificação da extensão da perda tissular, deve-se classificá-la como Lesão por Pressão Não Classificável.

Figura 18: Lesão por Pressão Estágio 3

Responsive image

Fonte: Copyright National Pressure Ulcer Advisory Panel - NPUAP®


Figura 19: Lesão por Pressão Estágio 3 com epíbole

Responsive image

Fonte: Copyright National Pressure Ulcer Advisory Panel - NPUAP®


Figura 20: Lesão por Pressão Estágio 3 com epíbole

Responsive image

Fonte: Acervo pessoal.


Figura 21: Lesão por Pressão Estágio 3 com epíbole

Responsive image

Fonte: Copyright National Pressure Ulcer Advisory Panel - NPUAP®



Lesão por Pressão Estágio 4: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular.


Perda da pele em sua espessura total e perda tissular com exposição ou palpação direta da fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso. Esfacelo e /ou escara pode estar visível. Epíbole (lesão com bordas enroladas), descolamento e/ou túneis ocorrem frequentemente. A profundidade varia conforme a localização anatômica (Figuras 22, 23 e 24).

Quando o esfacelo ou escara prejudica a identificação da extensão da perda tissular, deve-se classificá-la como Lesão por Pressão Não Classificável.

Figura 22: Lesão por Pressão Estágio 4

Responsive image

Fonte: Copyright National Pressure Ulcer Advisory Panel - NPUAP®


Figura 23: Lesão por Pressão Estágio 4

Responsive image

Fonte: Acervo pessoal.


Figura 24: Lesão por Pressão Estágio 4

Responsive image

Fonte: Acervo pessoal.



Lesão por Pressão Não Classificável: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular não visível.


Perda da pele em sua espessura total e perda tissular na qual a extensão do dano não pode ser confirmada porque está encoberta pelo esfacelo ou escara (Figuras 25, 26, 27, 28 e 29).

Ao ser removido (esfacelo ou escara), Lesão por Pressão em Estágio 3 ou Estágio 4 ficará aparente. Escara estável (isto é, seca, aderente, sem eritema ou flutuação) em membro isquêmico ou no calcâneo não deve ser removida, pois serve de proteção natural.

Figura 25: Lesão por Pressão Não Classificável

Responsive image

Fonte: Copyright National Pressure Ulcer Advisory Panel - NPUAP®


Figura 26: Lesão por Pressão Não Classificável

Responsive image

Fonte: Acervo pessoal.


Figura 27: Lesão por Pressão Não Classificável com escara e esfacelo

Responsive image

Fonte: Copyright National Pressure Ulcer Advisory Panel - NPUAP®


Figura 28: Lesão por Pressão Não Classificável

Responsive image

Fonte: Acervo pessoal.


Figura 29: Lesão por Pressão Não Classificável

Responsive image

Fonte: Copyright National Pressure Ulcer Advisory Panel - NPUAP®



Lesão por Pressão Tissular Profunda: descoloração vermelho escura, marrom ou púrpura, persistente e que não embranquece.


Pele intacta ou não, com área localizada e persistente de descoloração vermelha escura, marrom ou púrpura que não embranquece ou separação epidérmica que mostra lesão com leito escurecido ou bolha com exsudato sanguinolento (Figuras 30 e 31).

Dor e mudança na temperatura frequentemente precedem as alterações de coloração da pele. A descoloração pode apresentar-se diferente em pessoas com pele de tonalidade mais escura. Essa lesão resulta de pressão intensa e/ou prolongada e de cisalhamento na interface osso-músculo. A ferida pode evoluir rapidamente e revelar a extensão atual da lesão tissular ou resolver sem perda tissular. Quando tecido necrótico, tecido subcutâneo, tecido de granulação, fáscia, músculo ou outras estruturas subjacentes estão visíveis, isso indica LP com perda total de tecido (Lesão por Pressão Não Classificável ou Estágio 3 ou Estágio 4). Não se deve utilizar o Estágio Lesão por Pressão Tissular Profunda (LPTP) para descrever condições vasculares, traumáticas, neuropáticas ou dermatológicas.

A pressão é mais elevada no ponto de contato entre o tecido mole e o osso. O dano muscular é um problema sério e os músculos são mais sensíveis aos efeitos da isquemia. As LPTPs desenvolvem-se inicialmente na interface osso-tecidos moles e não na pele. Esse problema é chamado de “ponta do iceberg”, já que a maior parte do dano é localizada nos tecidos profundos e superficialmente pode ser percebida inicialmente apenas pelo edema, endurecimento, aumento de temperatura ou mudança na cor da pele.

Figura 30: Lesão por Pressão Tissular Profunda

Responsive image

Fonte: Copyright National Pressure Ulcer Advisory Panel - NPUAP®


Figura 31: Lesão por Pressão Tissular Profunda

Responsive image

Fonte: Copyright National Pressure Ulcer Advisory Panel - NPUAP®



Definições adicionais:


Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico: Essa terminologia descreve a etiologia da lesão. A Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico resulta do uso de dispositivos criados e aplicados para fins diagnósticos e terapêuticos.

A LP resultante geralmente apresenta o padrão ou forma do dispositivo. Essa lesão deve ser categorizada usando o sistema de classificação de lesões por pressão (Figura 32).

Figura 32: Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico

Responsive image

Fonte: Copyright National Pressure Ulcer Advisory Panel - NPUAP®


Lesão por Pressão em Membranas Mucosas: A Lesão por Pressão em Membranas Mucosas é encontrada quando há histórico de uso de dispositivos médicos no local do dano. Devido à anatomia do tecido, essas lesões não podem ser categorizadas (Figura 33).

Figura 33: Membrana mucosa

Responsive image

Fonte: Copyright National Pressure Ulcer Advisory Panel - NPUAP®


As lesões por pressão não devem ser classificadas na ordem reversa como forma de avaliar a cicatrização.

As lesões de estágio 4 não se transformam em estágio 3, 2 ou 1 até cicatrizarem. A cicatrização ocorrerá às custas de tecido de granulação, por segunda intenção. Uma lesão de estágio 4 recebe esta mesma classificação até cicatrizar. A avaliação da melhora ou piora da lesão é feita pela mensuração de sua dimensão.

Chegamos ao fim do Sistema internacional de classificação da lesão por pressão!

Continue navegando em busca de conhecimento.

O projeto RECURSO EDUCACIONAL SOBRE PREVENÇÃO E MANEJO DA LESÃO POR PRESSÃO, desenvolvido em 2018, compõe parte da tese de doutorado do Enfermeiro Rodrigo Magri Bernardes.
Revisão e publicação: fevereiro/2020.