PREVENÇÃO E MANEJO DA LESÃO POR PRESSÃO: SEGURANÇA DO PACIENTE

SEGURANÇA DO PACIENTE NA PREVENÇÃO E MANEJO DA LESÃO POR PRESSÃO

Segurança do paciente e a formação de profissionais da saúde

Investir na segurança do paciente é o primeiro passo para alcançar elevada qualidade do cuidado.


Embora os cuidados em saúde tenham melhorado consideravelmente com as descobertas científicas da medicina moderna, junto com os benefícios, surgem também riscos para a segurança dos pacientes.

Para a Organização Mundial da Saúde, Segurança do Paciente é a redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário ligado aos cuidados em saúde (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2016).

Segurança é um atributo da qualidade do cuidado e tem adquirido, em todo o mundo, grande importância para os pacientes, famílias, gestores e profissionais de saúde.

Os incidentes associados ao cuidado de saúde, em particular os eventos adversos, representam elevada morbidade e mortalidade nos sistemas de saúde (BRASIL, 2014).

Investir na utilização de boas práticas e no aprimoramento das tecnologias constitui ações primordiais de segurança do paciente para a redução de eventos adversos e obtenção dos melhores resultados na assistência aos usuários dos serviços de saúde, família e comunidade.

A publicação "Assistência segura: uma reflexão teórica aplicada à prática” da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ressalta que "evento adverso é o incidente que atingiu o paciente e resultou num dano ou lesão, podendo representar um prejuízo temporário ou permanente e até mesmo a morte entre os usuários dos serviços de saúde” (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2013).

O evento adverso é definido ainda como uma lesão ou dano não intencional causado ao paciente pela intervenção assistencial e não pela doença de base, ou seja, é um incidente que resultou em dano a um paciente (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2016).

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O desenvolvimento da LP causa danos significativos ao paciente, pois dificulta o processo de recuperação funcional, pode causar dor e levar ao desenvolvimento de complicações e agravamento de seu estado de saúde. A LP está associada a internações prolongadas, sepse, mortalidade e elevado custo financeiro para instituição e, ainda, ao aumento da carga de trabalho por parte da equipe de saúde (OLKOSKI; ASSIS, 2016).

Considerando a LP como evento adverso, estudos relacionados à sua ocorrência são impulsionados pelo fato da lesão ser um indicador de qualidade da assistência em saúde e o seu desenvolvimento estar ligado diretamente com o cuidado em saúde e com a segurança do paciente (BRASIL, 2013).

Como parte das estratégias para a promoção da Segurança do Paciente no Brasil, em 25 de novembro de 2011, o Ministério da Saúde, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, adotou a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 63 que dispõe sobre os requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Saúde (BPF), componentes da Garantia da Qualidade e que asseguram que os serviços sejam ofertados com padrões de qualidade adequados, fundamentados na qualificação, na humanização da atenção e gestão e na redução e controle de riscos aos usuários e meio ambiente (BRASIL, 2011).

Essa resolução aplica-se a todos os serviços de saúde no país, incluindo os que exercem ações de ensino e pesquisa. Na RDC nº 63, segurança do paciente foi definida como o conjunto de ações voltadas à proteção do paciente contra riscos, eventos adversos e danos desnecessários durante a atenção prestada nos serviços de saúde.

Para assegurar a Segurança do Paciente, o serviço de saúde deve estabelecer estratégias e ações como:

  • mecanismos de identificação do paciente;
  • orientações para a higienização das mãos;
  • ações de prevenção e controle de eventos adversos relacionados à assistência à saúde;
  • mecanismos para garantir segurança cirúrgica;
  • orientações para administração segura de medicamentos, sangue e hemocomponentes;
  • mecanismos para prevenção de quedas dos pacientes;
  • mecanismos para a prevenção de LP;
  • orientações para estimular a participação do paciente na assistência prestada.

Dando continuidade às ações voltadas à proteção do paciente, em 1º de abril de 2013, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 529, instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) que tem dentre seus objetivos produzir, sistematizar e difundir conhecimentos sobre segurança do paciente e fomentar a inclusão do tema segurança do paciente no ensino técnico, de graduação e pós-graduação na área da saúde (BRASIL, 2013).


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Iniciativas de incentivo à cultura de segurança do paciente são recomendadas por guidelines nacionais e internacionais, assim como medidas educacionais para a prevenção de LP (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2013; INTERNATIONAL GUIDELINES; 2009; NPUAP; EPUAP; PPPIA, 2014a).

Acredita-se que o nível de conhecimento dos enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem sobre a prevenção, pode influenciar o uso das medidas de prevenção e na melhoria do indicador da LP nas instituições de saúde (BODNAR, 2016).

Chegamos ao fim da Segurança do paciente e a formação de profissionais da saúde!

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O projeto RECURSO EDUCACIONAL SOBRE PREVENÇÃO E MANEJO DA LESÃO POR PRESSÃO, desenvolvido em 2018, compõe parte da tese de doutorado do Enfermeiro Rodrigo Magri Bernardes.
Revisão e publicação: fevereiro/2020.