INFORME-SE SOBRE ÚLCERA VENOSA

RECURSO EDUCACIONAL ÚLCERA VENOSA

Aspectos Clínicos da Úlcera Venosa

Saiba identificar os aspectos clínicos que evidenciam a presença da doença venosa.


A doença venosa apresenta várias manifestações nas pernas como: edema, dor, varizes, mudanças da cor da pele.

Edema

  1. É a queixa inicial da maioria dos pacientes.
  2. Desenvolve-se insidiosamente, agrava-se durante o dia após a permanência em pé, e retorna ao normal depois de uma noite de sono.
  3. Pode apresentar marcas (cacifo) à pressão digital, no início, mas com as mudanças crônicas relacionadas ao endurecimento e fibrose, as marcas desaparecem.
  4. Sensação de peso nas pernas.
  5. Frequentemente mole.
  6. Diuréticos não são geralmente utilizados, exceto para tratar outros problemas apresentados pelo paciente.

Figura 2: Apresentação de membro inferior com características clínicas de doença e úlcera venosa.

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Fonte: Acervo pessoal B. Pieper


Varizes

  1. Frequentemente precedem o edema.
  2. Causam a sensação de peso nas pernas.
  3. Refletem o envolvimento do sistema venoso superficial.
  4. presença de coroa Flebectásica (Ankle flare) – uma explosão de pequenas vênulas dilatadas na área do tornozelo.

Figura 3: Apresentação de membro inferior com características clínicas de doença venosa.

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Fonte: Acervo pessoal B. Pieper


Dor nas pernas

  1. Pode ser uma dor leve e permanente cujo alívio de dá com a elevação ou caminhadas.
  2. Pode ser severa e envolver o sistema venoso profundo – claudicação venosa, ruptura de tecido e liberação de enzimas.
  3. Frequentemente aliviada ou reduzida com a elevação da perna; a dor piora quando a perna estiver pendente durante um período de tempo; é mais forte no final do dia, principalmente após longos períodos de permanência em pé ou na posição sentada.
  4. Síndrome do golpe no tornozelo – úlceras venosas doloridas que ocorrem próximas do maléolo medial. São geralmente múltiplas e pequenas. São doloridas, pois minúsculas veias ingurgitadas em volta do tornozelo ligam-se diretamente ao sistema venoso profundo sem a interferência de uma veia perfurante de proteção. A ruptura dessas veias causa hemorragia e várias úlceras pequenas. A terapia de compressão geralmente alivia a dor.
  5. Úlceras dolorosas podem indicar a presença de infecção bacteriana.
  6. A dor deve ser diferenciada da dor relacionada à doença arterial com claudicação intermitente da panturrilha da perna ou constrição local ao caminhar.

Hemosiderose

  1. Causada pelo derramamento de hemácias através dos poros capilares dilatados, o depósito de hemosiderina e a promoção da deposição de melanina.
  2. Eritema seguido por descoloração amarronzada mais profunda da pele.
  3. Em pessoas de pele mais escura, pode ter a cor negra e os pacientes poderão se preocupar com gangrena.
  4. Geralmente observada na região do maléolo medial, mas pode aparecer em qualquer área abaixo do joelho.

Figura 4: Apresentação de membros inferiores com características clínicas de doença e úlcera venosa.

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Fonte: Acervo pessoal B. Pieper


Lipodermatoesclerose

  1. Endurecimento e aparência grosseira da pele.
  2. Descoloração da hemosiderose.
  3. Pode modificar o formato da perna, dando-lhe a aparência de uma garrafa de champagne invertida.

Figura 5: Apresentação de tornozelo com características clínicas de doença venosa.

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Fonte: Acervo pessoal B. Pieper


Dermatite estática

  1. Pele seca crônica (descascando em partículas finas até a ictiose com escamação).
  2. Coceira.
  3. Arranhões e escoriação.

Figura 6: Apresentação de membros inferiores com características clínicas de doença e úlcera venosa.

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Fonte: Acervo pessoal B.Pieper


Perda de pêlos nas extremidades

Atrofia branca

  1. Percebida na forma de zonas avasculares de pele esbranquiçada. rodeadas por pigmentação.
  2. Localizado no tornozelo ou no pé.
  3. Não é específico da doença venosa.

Figura 7: Apresentação de membro inferior com características clínicas de doença venosa.

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Fonte: Acervo pessoal B. Pieper


Outras Causas de Úlceras nas Extremidades Inferiores

  1. Lesão por Pressão.
  2. Úlceras neuropáticas.
  3. Metabólicas (diabetes, gota, deficiência de prolidase, Mal de Gaucher).
  4. Hematológicas.
    1. Disfunções das hemáceas (anemia falciforme, esferocitose hereditária, talassemia, policitemia rubra vera).
    2. Disfunções dos leucócitos (leucemia).
    3. Disproteinemias (crioglobulinemia, mal da aglutinina fria, macroglobulinemia).
  5. Trauma (pressão, ferimento frio, dermatite de radiação, queimadura).
  6. Neoplásicas: Epitelioma (carcinoma celular escamoso, carcinoma celular basal), Sarcoma; Linfoproliferativas (linfoma, linfoma cutâneo da célula-T), Tumores metastáticos.
  7. Infecção: Bacteriana, Fúngica, Por protozoários, Infestações e picadas.
  8. Paniculite: Mal de Weber-Christian; Necrose gordurosa pancreática, Necrobiose lipóidica.
  9. Pioderma gangrenoso.

Características das Úlceras Venosas

  1. As lesões surgem espontaneamente ou a partir de traumas. São secundárias à infecção ou resultantes de aumento do edema. Ocorrem principalmente na região acima do maléolo medial. Mais da metade das úlceras que ocorrem nessa região são primariamente de origem venosa.
  2. Tipicamente não são profundas, mas podem ocasionar a perda da pele em sua espessura total.
  3. Borda bem demarcada ou com aparência de mapa.
  4. Exsudação intensa.
  5. Têm geralmente uma base avermelhada, a menos que exista a presença de tecido necrosado.
  6. Geralmente encontradas acima do maléolo medial; podem estar localizadas em qualquer região abaixo do joelho, mas não na sola do pé.
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Descartando a Doença Arterial

Apresentação clínica da doença arterial:

  1. Perda de pêlos nas extremidades.
  2. Pele brilhante e atrófica.
  3. Pulsos periféricos fracos/ausentes.
  4. Tempo de enchimento capilar prolongado.
  5. Palidez quando a perna é levantada.
  6. Aumento da dor após exercícios (claudicação intermitente) ou à noite(dor de repouso).
  7. Diminuição da dor na posição pendente. O paciente pode referir a necessidade de dependurar as pernas fora da cama à noite. Pode mencionar a necessidade de sair da cama e colocar as pernas para baixo.
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O projeto RECURSO EDUCACIONAL SOBRE ÚLCERA VENOSA foi desenvolvido de forma colaborativa entre a Escola de Enfermagem da Wayne State University, Detroit, Michigan, USA e a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, Brasil.
Revisão e publicação: fevereiro/2020.