PREVENÇÃO E MANEJO DA LESÃO POR PRESSÃO: Prevenção de lesão por pressão
As terapias emergentes complementam as ações de prevenção da lesão por pressão.
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CONTROLE DO MICROCLIMA
Microclima é o termo utilizado para descrever as condições de temperatura e umidade em determinado local na interface entre o corpo e a superfície de suporte.
Estudos sugerem que qualquer superfície de suporte tem o potencial para afetar o microclima e que esse efeito depende do tipo da cobertura de proteção do colchão. Dessa forma, o tipo de superfície de suporte bem como o tipo de capa protetora, têm a capacidade de interferir na umidade e na temperatura da pele, uma vez que podem alterar a taxa de evaporação da umidade e a taxa de dissipação do calor.
Dispositivos de aquecimento, como bolsas de água quente, almofadas térmicas, mantas ou lençóis de aquecimento, não devem ser utilizados diretamente sobre a superfície da pele ou sobre a lesões por pressão.
CURATIVOS/COBERTURAS DE PROTEÇÃO
O uso de curativos/coberturas para proteger a pele em locais de dispositivos médicos será discutido mais detalhadamente no Módulo 3, mas algumas recomendações são gerais e, portanto, serão apresentadas nesta seção.
O curativo/cobertura de proteção deve ser escolhido, considerando as seguintes características:
Existem evidências, provenientes de pesquisas, que o uso de coberturas de espuma de poliuretano nas regiões de proeminências ósseas submetidas à fricção e cisalhamento reduzem a ocorrência de LP (DAVIES, 2016; SANTAMARIA et al., 2015).
Estudo recente, de revisão, recomendou o uso de coberturas de espuma de múltiplas camadas, em conjunção com as outras medidas profiláticas, para a prevenção de lesões na região do calcâneo (RAMUNDO; PIKE; PITTMAN, 2018).
A avaliação da condição da pele sob o curativo/cobertura deve ser feita a cada troca e pelo menos uma vez por dia a região afetada deve ser examinada para a adequação, se necessária, da cobertura e do plano de cuidados preventivos.
Caso um curativo/cobertura de proteção se desloque, se solte, esteja danificado ou esteja excessivamente úmido, deve ser retirado e, após a avaliação das condições da pele e eventuais sinais de desenvolvimento da LP, nova cobertura deve ser aplicada e a ocorrência registrada em prontuário.
TECIDOS E ROUPAS DE CAMA
Pesquisas recentes, realizadas no exterior, sugerem que roupas de cama feitas com tecidos do tipo seda em vez de tecidos de algodão ou de mistura de algodão, podem reduzir o cisalhamento e a fricção (FREEMAN et al., 2017; SMITH et al., 2013).
ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA DOS MÚSCULOS
Existem evidências de que a estimulação elétrica produz contrações musculares e reduz o risco de desenvolvimento de LP em regiões corporais de risco, especialmente em indivíduos com lesão medular. Os mecanismos pelos quais alcança resultados positivos na cicatrização ainda são pouco elucidados (GUI et al., 2013).
A estimulação elétrica pode reduzir a atrofia por aumentar a massa muscular durante a contração do músculo, aumentar o fluxo sanguíneo e oxigenação dos tecidos. Assim, deve-se considerar a utilização dessa terapia em regiões anatômicas (glúteas e isquiotibiais concomitantemente) que apresentam risco para o desenvolvimento de LP em pacientes com lesão medular.
A estimulação elétrica deve ser aplicada de uma a três horas por dia com uma corrente de 50 pulsos por segundo (pps) em um ciclo intermitente de 3 minutos de estimulação (1 segundo de estimulação para 4 segundos sem estimulação) e 17 minutos de descanso.
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O projeto RECURSO EDUCACIONAL SOBRE PREVENÇÃO E MANEJO DA LESÃO POR PRESSÃO, desenvolvido em 2018, compõe parte da tese de doutorado do Enfermeiro Rodrigo Magri Bernardes.
Revisão e publicação: fevereiro/2020.