PREVENÇÃO E MANEJO DA LESÃO POR PRESSÃO: Prevenção de lesão por pressão

PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO

Avaliação da pele e dos tecidos

A avaliação da pele e dos tecidos é parte fundamental para o plano de cuidados para prevenção e manejo da lesão por pressão.


RECOMENDAÇÕES PARA UMA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE AVALIAÇÃO DA PELE


A avaliação da pele e dos tecidos é necessária tanto para prevenir como para diagnosticar e tratar as LPs.

A avaliação completa da pele deve fazer parte da política de avaliação do risco para LP e sua prevenção, implementada nas instituições de saúde. Dessa forma, toda instituição deve divulgar para os funcionários as recomendações sobre como fazer e documentar adequadamente uma avaliação sistematizada da pele, de maneira a incluir as localizações anatômicas e os momentos ou horários adequados para a avaliação e reavaliação.

Todas as categorias e níveis de profissionais de saúde devem ser capacitados sobre como realizar uma avaliação completa da condição da pele dos pacientes e as técnicas para diferenciar a hiperemia reativa de pele intacta que não embranquece da LP de Estágio 1 assim como as alterações na temperatura e consistência tecidual.

Existem evidências de que as lesões por pressão de Estágio 1 são mais difíceis de serem identificadas em indivíduos com tons de pele escuros, uma vez que as áreas de rubor ou hiperemia não são facilmente visíveis. Estudo internacional identificou que pacientes com tons de pele escura, a taxa de LP de Estágio 2, 3 e 4 era significativamente maior do que pacientes com tons de pele mais claros (BAUMGARTEN et al., 2004).


AVALIAÇÃO DA PELE E DOS TECIDOS


A avaliação contínua da pele é essencial para a identificação precoce de danos causados por pressão, especialmente sobre proeminências ósseas (Figura 3).

Figura 3: Pontos de pressão em proeminências ósseas, com o indivíduo em diferentes posições no leito ou cadeira

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Fonte: CALIRI, 2018.


Em indivíduos em risco de desenvolver LP, a avaliação completa da pele deve ser feita logo que possível, porém dentro do prazo máximo de oito horas após a admissão (ou na primeira consulta ou visita domiciliar). Deve ser realizada também por ocasião da transferência ou alta do paciente.


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A observação das condições da pele deve fazer parte de todas as avaliações do risco e a frequência da avaliação deve ter como base o contexto clínico e o risco do indivíduo para desenvolver LP. Quando houver piora do estado geral do paciente, a avaliação da pele deve ser mais frequente. Cada reposicionamento do paciente é uma oportunidade para fazer uma rápida avaliação da pele. Nesse contexto, é necessária ênfase especial nas áreas das proeminências ósseas (incluindo o sacro, as tuberosidades isquiáticas, os grandes trocânteres do fêmur e os calcâneos) e as regiões sob ou ao redor de dispositivos médicos.

Todos indivíduos identificados na avaliação sistematizada como em risco de desenvolverem LP, precisam ter sua pele inspecionada para identificar áreas com hiperemia (Figura 4).

Sempre que possível, deve-se evitar posicionar o indivíduo sobre a região corporal que apresenta hiperemia, pois, esse local ainda não se recuperou do excesso de pressão anterior e necessita de um maior intervalo de tempo sem pressões repetidas.

Figura 4: Região corporal com hiperemia

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Fonte: Acervo pessoal.


A inspeção da pele deve ser complementada pela realização de pressão da área afetada, para identificar se a hiperemia, quando submetida à pressão, é branqueável ou não branqueável. Para realização da pressão, pode-se fazer a pressão com o dedo ou utilizar o método do disco transparente.

No método de dígito-pressão, pressiona-se o dedo sobre o local durante três segundos e avalia-se o branqueamento após a sua remoção.

No método do disco transparente, esse instrumento é utilizado para fazer a pressão sobre área com hiperemia de forma uniforme de maneira a observar se há branqueamento sob o disco, durante a sua aplicação (Figura 5).

Figura 5: Eritema branqueável e não branqueável: investigação pelo Método do disco ou lâmina transparente

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Fonte: Copyright National Pressure Ulcer Advisory Panel - NPUAP® (CUDDIGAN, 2016).


Como as lesões por pressão de Estágio 1 são mais difíceis de serem identificadas em indivíduos com tons de pele escuros, nas regiões propícias ao desenvolvimento de LP, precisa ser avaliada também a temperatura, presença de edema e a consistência do tecido em relação ao tecido circundante. Nesses indivíduos, a alteração desses fatores são importantes indicadores dos danos precoces causados pelo excesso de pressão (BATES-JENSEN; MCCREATH; PONGQUAN, 2009; ROSEN et al., 2006; VANGILDER; MACFARLANE; MEYER, 2008).

A avaliação da presença e do nível de dor em determinada região corporal deve ser parte integrante da avaliação da pele. Se o indivíduo for capaz de responder, é importante pedir-lhe que identifique eventuais áreas de desconforto ou de dor que possam ser atribuídas a danos por excesso de pressão.

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Chegamos ao fim da Avaliação da pele e dos tecidos!

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O projeto RECURSO EDUCACIONAL SOBRE PREVENÇÃO E MANEJO DA LESÃO POR PRESSÃO, desenvolvido em 2018, compõe parte da tese de doutorado do Enfermeiro Rodrigo Magri Bernardes.
Revisão e publicação: fevereiro/2020.