DIRETRIZES PARA PREVENÇÃO

Diretrizes da Agency for Health Care Policy and Research (AHCPR)

Prevenção da Úlcera por Pressão (Lesão por Pressão)


O algoritmo que se segue foi desenvolvido como um recurso visual para mostrar a organização conceitual, o fluxo de procedimentos, os pontos de decisão e o caminho preferido que foi adotado nessas diretrizes apresentadas, para prevenção de úlceras de pressão.

Ele começa no ponto de admissão de uma unidade de internação ou reabilitação em hospital, em asilo, em programas de cuidados domiciliares ou outros programas em unidades de saúde em geral.


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Os números do algoritmo referem-se as anotações que se seguem:

1 - O paciente foi identificado com déficit de mobilidade ou atividade?

Indivíduos que estão restritos ao leito ou cadeiras de rodas ou aqueles cuja capacidade de se reposicionar está dificultada devem ser considerados como estando em risco para a lesão por pressão. A identificação de riscos adicionais (como a imobilidade, umidade, incontinência ou déficit nutricional) devem ser considerados para direcionar regimes específicos de tratamento preventivo.

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SIM (Vá para item 2)

NÃO (Vá para item 3)

2 - Programas educacionais para a prevenção de lesão por pressão

Devem ser estruturados, organizados e compreensivos (ou seja bem gerais). Devem ser dirigidos para todos os níveis de profissionais da área de saúde, pacientes, familiares ou cuidadores.

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Como? (Vá para item 4)

3 - Reavaliação:

Indivíduos ativos e que se movimentam devem ser periodicamente reavaliados para mudança no seu estado de mobilidade e atividade. A freqüência de avaliação depende do estado do paciente e das rotinas institucionais e deve incluir o exame físico e a aplicação da escala de Norton ou Braden.

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Como? (Vá para item 4)

4 - Instrumentos de avaliação:

Os profissionais são encorajados a selecionar e usar um método de avaliação de risco que assegure uma avaliação sistemática dos fatores de risco. Muitos instrumentos para essa avaliação existem mas somente a escala de Norton e de Braden foram testadas extensivamente como instrumentos de risco. Os instrumentos de risco incluem os seguintes fatores: alteração na mobilidade/ atividade, incontinência e alteração na nutrição.

Alteração no nível de consciência ou na percepção sensorial também é identificada como fator de risco na maior parte dos instrumentos de avaliação. A identificação dos fatores individuais de risco é útil para direcionar o cuidado.

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Quais as consequências da avaliação? (Vá para item 5, 6 e 7)

5 - Existe um déficit de mobilidade e atividade?

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SIM (Vá para item 8 e 9)

NÃO (Vá para item 6)

6 - O paciente apresenta incontinência e a pele está sempre úmida ou molhada?

  • Se houver a presença destes dois fatores veja também as diretrizes para o cuidado com a pele e tratamento inicial.
  • Higienize a pele no momento que se sujar.
  • Minimize a exposição da pele a umidade. Avalie e trate a incontinência urinária. Quando a umidade não puder ser controlada use forros e fraldas que sejam absorventes e que mantenham a superfície da pele seca.
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SIM (Vá para item 9)

NÃO (Vá para item 7)

7 - O paciente apresenta um déficit nutricional? (Veja pela escala de BRADEN)

Se houver um déficit nutricional veja também os cuidados da pele e tratamentos iniciais.

  • Investigar os fatores que comprometem a ingestão dietética (especialmente as proteínas ou calorias) em um indivíduo aparentemente bem nutrido e oferecer a ele uma ajuda com a alimentação.
  • Planeje e implemente um suporte nutricional e/ou programas de suplementação para indivíduos nutritivamente comprometidos.

Não se esqueça:

Os riscos de um paciente ter lesão por pressão devem ser avaliados periodicamente e o deve ser modificado de acordo com o nível de risco. A freqüência da avaliação vai depender do estado do paciente e das rotinas da instituição.

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SIM (Vá para item 9)

NÃO (Vá para item 1)

8 - Se existe um déficit utilizar as diretrizes referentes ao uso de superfícies de suporte e alívio da carga mecânica:

O paciente está restrito ao leito?

  • Reposicionar pelo menos a cada duas horas.
  • Use travesseiros ou almofadas de espuma para manter as proeminências ósseas fora do contato direto com o colchão.
  • Use aparelhos que aliviem totalmente a pressão dos calcanhares.
  • Evite posicionar diretamente sobre o trocânter do femur.
  • Eleve a cabeceira da cama o menos possível.
  • Use aparelhos para levantar e movimentar o paciente ao invés de arrastá-lo durante as mudanças de posição e transferência.
  • Coloque os indivíduos em risco, em colchões que reduzam a pressão.
  • O uso de almofadas com orifício no meio tipo argolas é contra-indicado.

O paciente está limitado à cadeira?

  • Reposicione pelo menos a cada hora.
  • Peça para o paciente levantar-se do assento para aliviar a pressão a cada quinze minutos se for capaz.
  • Use aparelhos para aliviar a pressão quando está sentado. Não use almofadas tipo “argola”.
  • Considere o alinhamento postural, a distribuição do peso, o balanço e a estabilidade e o alivio da pressão quando posicionar os indivíduos em cadeiras ou cadeiras de rodas.
  • Faça um plano de cuidados por escrito para ser seguido pela equipe.
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9 – Cuidados com a pele e tratamento inicial:

  • Inspecione a pele pelo menos uma vez ao dia.
  • Individualize o horário de banho de acordo com as necessidades do paciente.
  • Evite o uso de água quente, use um agente de limpeza suave.
  • Minimize os fatores ambientais como a diminuição da umidade e do frio. Use hidratantes para pele seca.
  • Evite massagens sobre as proeminências ósseas.
  • Use técnicas adequadas para posicionamento, transferencia e mudanças de decúbito.
  • Use lubrificantes para reduzir as lesões por fricção.
  • Institua um programa de reabilitação junto com a equipe.
  • Monitorize e documente as intervenções realizadas e os resultados obtidos no prontuário.
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Responsável pela elaboração e revisão

Maria Helena Larcher Caliri

Profa. Dra. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP

Enfermeira com graduação pela Universidade Estadual de Londrina – PR. Mestrado e doutorado pela EERP-USP. Estomaterapeuta pela FAMERP. Membro do Capítulo Rho Upsilon da Sociedade Honorífica de Enfermagem Sigma Theta Tau International da EERP-USP e da Associação Brasileira de Estomaterapia: Estomias, Feridas e Incontinências (SOBEST). Atuação profissional em hospitais nas áreas de clínica médica, clínica cirúrgica, cuidado intensivo e no gerenciamento hospitalar. Docente na área de Enfermagem Médico-cirúrgica e Fundamentos de Enfermagem. Professora Associado "Sênior" da EERP-USP. Pesquisadora do CNPq.



Revisão e publicação: fevereiro/2020.