Diretrizes para a prática clínica

Diretrizes da Agency for Health Care Policy and Research(AHCPR)

Diretrizes para a prática clínica: história e evolução


As Diretrizes para a Prática Clínica, são recomendações desenvolvidas de forma sistemática para auxiliar os profissionais de saúde e os pacientes na tomada de decisão sobre os cuidados de saúde adequados a situações clínicas específicas. Cada uma das recomendações para a prática são acompanhadas das evidências que dão o suporte ou o embasamento para as ações.

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As primeiras diretrizes para prevenção e tratamento da lesão por pressão da agência federal norte-americana AHCPR, foram publicadas na década de 1990 e representaram na época, as bases para a prática, ensino e pesquisa no assunto de forma mundial.

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As duas diretrizes apresentaram algorítmos clínicos para fornecer uma síntese das ações esperadas do profissional, considerando a organização conceitual, o fluxo do procedimento, pontos de decisão e manejo dos problemas.

A Diretriz para a prevenção da lesão por pressão, tinha quatro metas:

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Fonte: BERGSTROM, N. ALLMAN RM, CARLSON CE et al. Pressure Ulcers in adults.Prediction and prevention. Clinical Practice Guideline Number 3. Rockville, MD: U.S. Department of Health and Human Services, Public Health Service, Agency for Health Care Policy and Research. Publication number 92-0050, May 1992.


A maioria das recomendações para a prevenção eram provenientes de opiniões de especialistas pois ainda não existiam pesquisas para fornecer evidências científicas.

A Diretriz para a tratamento da lesão por pressão, tinha enfoque em seis metas:

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Fonte: BERGSTROM, N. et al.Treatment of Pressure Ulcers. Clinical Practice Guideline Number 15. Rockville, MD: U.S. Department of Health and Human Services, Public Health Service, Agency for Health Care Policy and Research. Publication number 95-0652, December 1994.


Posteriormente, a AHCPR passou a ser denominada Agency for Healthcare Research and Quality - AHRQ e deixou de produzir diretrizes para a prática clínica porém passou a investir em ferramentas para auxiliar os profissionais na implementação de práticas efetivas para a prevenção por meio de abordagem interdisciplinar. Entretanto essas primeiras diretrizes serviram de base para todas as outras que surgiram posteriormente em diversos países, desenvolvidas por diferentes associações de profissionais da saúde e instituições.

Em 2009, uma colaboração internacional entre o European Pressure Ulcer Advisory Panel - EPUAP e o NPUAP National Pressure Ulcer Advisory Panel - NPUAP, agora intitulado National Pressure Injury Advisory Panel - NPIAP , com a colaboração de indivíduos e associações de especialistas de 63 países, produziu uma versão ampliada da Diretriz com recomendações para a prevenção e tratamento da lesão por pressão.

As recomendações para a prevenção abarcaram sete tópicos:

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As recomendações para o tratamento incluiram 10 tópicos:

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Em 2014, o EPUAP e NPUAP, juntamente com a Pan Pacific Pressure Injury Alliance – PPPIA produziram a segunda edição da Diretriz para a prevenção e tratamento da lesão por pressão. Por meio da revisão da literatura atualizaram as recomendações e expandiram o seu escopo incluindo Lesões por Pressão relacionadas a dispositivos médicos, manejo da lesão em populações com maior vulnerabilidade e estratégias de implementação das recomendações.

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A versão de 2014 foi traduzida para vários idiomas incluindo o português.

A terceira edição foi publicada em novembro de 2019 e contou com a participação de 14 associações de especialistas de 12 países incluindo o Brasil por meio da SOBEST .

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A “International Clinical Practice Guideline” manteve a estrutura da edição de 2014 e enfatizou também a perspectiva de pacientes e cuidadores informais. O acesso é gratuito no site do EPUAP site do EPUAP

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A versão de 2019 está disponível, por enquanto apenas em inglês.



Responsável pela revisão

Maria Helena Larcher Caliri

Profa. Dra. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP

Enfermeira com graduação pela Universidade Estadual de Londrina – PR. Mestrado e doutorado pela EERP-USP. Estomaterapeuta pela FAMERP. Membro do Capítulo Rho Upsilon da Sociedade Honorífica de Enfermagem Sigma Theta Tau International da EERP-USP e da Associação Brasileira de Estomaterapia: Estomias, Feridas e Incontinências (SOBEST). Atuação profissional em hospitais nas áreas de clínica médica, clínica cirúrgica, cuidado intensivo e no gerenciamento hospitalar. Docente na área de Enfermagem Médico-cirúrgica e Fundamentos de Enfermagem. Professora Associado "Sênior" da EERP-USP. Pesquisadora do CNPq.



Revisão e publicação: fevereiro/2020.