“O Rema é vida”
O núcleo é aberto para todas as mulheres com diagnóstico de câncer de mama, acompanhadas por qualquer serviço de saúde, particular ou público. Informa Maria Antonieta Spinoso Prado, enfermeira que acompanha as mulheres no Rema há cerca de 24 anos, que as integrantes permanecem no grupo o tempo que julguem necessário. “O que mais marca o serviço é a experiência de vida adquirida. Você pode ver que o trabalho dá resultado. Algumas chegam a falar que estavam mortas e aqui reviveram, O REMA é vida!”, enfatiza.
Com encontros realizados três vezes na semana, o REMA já atendeu mais de 1,5 mil mulheres. Dentre essas mulheres está Julia Ioshico Matugi, com 11 anos de atividades no núcleo. Para Julia, o REMA é uma segunda família, “onde muitas mulheres encontram apoio para continuar a viver”.
“Aqui parece que é um milagre, porque a gente se reúne e tem muito o que conversar uma com a outra”, conta Julia. Nos encontros são desenvolvidas atividades como, exercícios físicos, discussões sobre o câncer de mama e troca de experiências. De acordo com Júlia, o câncer não é o maior problema, e sim após enfrentar a doença. “O câncer é uma célula que dorme, e se ela acordar, acontece tudo de novo”.
O Rema foi criado em 1989 para prestar assistência integral a mulheres com câncer de mama e seus familiares, além de elaborar programas de detecção precoce de câncer mamário e ginecológico. Segundo os coordenadores, as sequelas deixadas pelo processo de retirada da mama, além de físicas, estão inteiramente ligadas à saúde psicológica e a autoestima feminina, por isso o apoio no Rema é multiprofissional.
Visando o bem-estar das mulheres, o REMA já promoveu diversas práticas. O Desfile Rosa, que teve início em 2014 e é realizado todos os anos, é um dos maiores eventos organizados pelo núcleo. Com o desfile, os coordenadores têm a intenção de melhorar a autoestima das mulheres que estão em tratamento. Outra ação do projeto foi o lançamento de dois livros, em 2011 e 2013, com receitas feitas pelas integrantes do grupo.
Além de prestar assistência, o REMA também forma recursos humanos, tanto na graduação como na pós-graduação e, ainda, promove o aperfeiçoamento de profissionais da área da saúde. Para atingir esse objetivo, o núcleo está organizando, para o próximo ano, o terceiro Simpósio de Câncer de Mama da EERP da USP e a sétima jornada de câncer de mama da EERP da USP.
A EERP fica no Campus da USP em Ribeirão Preto, Av. Bandeirantes, 3900
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Por: Joice Soares
