Devido a sua atuação no departamento de Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Almeida viu a necessidade de conhecer melhor a área de gestão e facilitar o acesso ao atendimento de saúde destes pacientes na região norte do País. Segundo o pesquisador, essa é uma possibilidade de interface de avanço em pesquisa e produção de respostas a uma problemática. Os resultados parciais dessa pesquisa serão divulgados no décimo sexto Global Hepatitis Summit 2018, que acontece de 14 a 17 de junho, em Toronto.
Conta o pesquisador que o norte do Brasil possui demanda ligada diretamente com a especificidades epidemiológicas e organização dos serviços de saúde em relação às hepatites. Com base nesta realidade, Almeida acredita que seu projeto poderá auxiliar na criação de ferramentas para ampliar o acesso ou ainda meios de prevenção que devem abranger não só a rede local (região norte), mas também as demais regiões do país.
A professora Lucieli concorda e enfatiza que o “estudo também tem um papel relevante de gestão, porque dispara diretrizes que repercutem na organização e dinâmica dos serviços de saúde em todos os estados brasileiros”. Com enfoque na região norte, Almeida coletou dados de unidades de assistência básica de saúde até centros especializados; usou dados secundários disponíveis do Ministério da Saúde e de profissionais responsáveis pela Coordenação Estadual de DST/AIDS e Hepatites Virais dos estados da região norte.
Doença silenciosa
Hepatites são doenças que causam inflamações no fígado por meio de consumo de álcool, remédios, drogas, ou por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. As mais comuns são as hepatites virais, divididas de A a E, as mais comuns no Brasil são as A, B e C.
A doença costuma ser silenciosa, quase sem a presença de sintomas e quando esses aparecem podem ser febre, enjôo, vômitos, dor abdominal. Por ser silenciosa a hepatite pode evoluir e se tornar uma doença crônica como o câncer e a cirrose. “Por isso a população deve procurar sempre fazer exames de rotina para detectar qualquer alteração no organismo”, alertam os especialistas.
Por Joice Soares